A proximidade com a fronteira portuguesa permite-nos procurar sinergias e visões partilhadas sobre o património natural e cultural dos dois territórios da União Europeia. Com base nesta premissa, foi criado em 2019 o projeto transfronteiriço INTERREG JARCULTUR, que visa a cooperação e o encontro entre os jardins históricos do Bosque de Béjar e da Mata Nacional do Buçaco, por considerar que são muitas as semelhanças e as relações entre os dois espaços.

O objetivo 6.C do programa INTERREG é claro a este respeito:

Proteger e valorizar o património cultural e natural, como suporte de base económica para a região transfronteiriça.

As questões ligadas ao meio ambiente têm sido, pela sua própria natureza, as primeiras áreas em que se começou a desenvolver ações a nível transfronteiriço, uma vez que os riscos ambientais e o meio ambiente não conhecem fronteiras e exigem uma abordagem estratégica de ambos os países.

Por outro lado, o progressivo desenvolvimento económico acarreta ações e impactos fortes, cujas consequências colocam em risco o meio ambiente. Deste modo, na Estratégia 2020, a UE define como meta que o crescimento seja, não apenas inteligente, mas também sustentável.

O Espaço de Cooperação apresenta uma importante riqueza paisagística, histórica, cultural e, acima de tudo, natural, que se considera uma das maiores vantagens do território. Contudo, esse património também implica a necessidade de se alcançar soluções conjuntas de caráter transfronteiriço para os perigos e riscos que afetam precisamente esses fatores de riqueza. A este propósito, convém destacar que o Espaço de Cooperação apresenta uma forte especialização económica em atividades intensivas relacionadas com os recursos naturais, além de toda uma série de atividades económicas ligadas ao setor da construção, que têm um forte impacto e colocam desafios importantes em matéria de biodiversidade, qualidade do solo e ecossistemas naturais.

A conservação, proteção e preservação do importante património cultural e natural existente reveste-se de uma importância vital, pelo seu valor paisagístico e artístico, mas também por ser fonte de recursos e fatores para os quais é fundamental estabelecer estratégias de desenvolvimento económico local, no intuito de promover a competitividade no conjunto do Espaço.